domingo, 14 de junho de 2009

Chapter V - Carne em Chamas

O vento soprava forte em direção ao leste, estava de pé, com uma foice empunhada em direção á um hipogrifo, em cima dele, uma jovem garota de cabelos escuros e olhos mais escuros ainda, como se fossem perólas negras....Ela apontava sua espada em minha direção e logo o hipogrifo avançava, voando até mim....


- Você ainda tem muito o que aprender princesa.... - Eu disse a ela com um tom de vóz frio.


- Ht...?.


Meus olhos se abriram, Caty olhava para mim, estávamos em um tipo de floresta com o céu azul.



- ........Oi. - Disse para Caty, que me olhava de forma alegre.


- Finalmente você acordou. - Caty me respondeu, sorrindo.


Virei a cabeça para o lado, Thomas e Pedro estavam treinando um contra o outro, pareciam estar bem. Logo aos poucos fui me lembrando de tudo que aconteceu, da batalha contra o terrivel anjo que quase acabou com nossas vidas, do Luchi ter sido cruelmente ferido...Luchi...


- Luchi, onde ele está....?. - Perguntei a Caty.


- Ele ja acordou, parece estar bem, apesar de não conseguir fazer movimentos bruscos. - Caty me respondeu, ainda sorrindo levemente.


Logo levantei e me sentei, Gabi estava ao lado do Luchi, cuidando de seu ferimento, estávamos numa floresta com um rio ao lado, estava um dia ensolarado.



- Onde estamos ?. - Perguntei.


- Não sabemos, a Gabi conseguiu despertar uma habilidade de teletransporte graças ao desespero interno que se acumulou nela, se não fosse por ela ter nos teletransportado, estáriamos mortos. - Luchi me respondeu.



Me levantei, ao ficar de pé, senti um pouco de tontura e me apoiei em uma arvore. Caty olhou para mim e perguntou:

- Tá tudo bem ?.

-Sim....só estou um pouco tonto, talvez pelo efeito do tempo que estive em sono profundo....Por falar nisso, á quanto tempo estamos aqui ?. - Perguntei, virando meu rosto para a Gabi.

- Fui o primeiro á acordar, desde então se passou um dia. - Thomas me respondeu, suado, caminhando ao lado de Pedro com sua montante na mão.


Um dia desde que Thomas acordou, creio que não irá levar á nada eu me perguntar quanto tempo passou, o importante é que estamos todos vivos. Fui em direção á Luchi e me sentei do lado dele.


- Nii-san....doi ?. - Perguntei, apontando o dedo para a ferida em seu peito.


- Ah....até que não, mas sabe como é.....Uma lança divina atravessando teu peito de fato não é algo que acontece todo dia. - Luchi me responde com uma pequena piadinha para descontrair.


Sorri levemente e logo me calei, passei a observar o local, se ouvia as águas do rio fluindo, apesar de estar ensolarado e quente, não havia passaros pas proximidades e nem os ouvia cantarolar....Com certeza era apenas um lugar quieto.

- Pegue. - Thomas me disse, jogando o cajado em minha direção, peguei o cajado e me levantei. Thomas olhou nos meus olhos.


- Você treina com a Caty no lado esquerdo do rio, eu e Kurenai treinarémos no lado direito.


- Certo... - Respondi.



Fomos até o rio, Caty já estava me esperando com sua lança em mãos. Levantei meu cajado e o transformei num sabre.


- Pronta ?. - Perguntei.


- Claro. - Ela respondeu.


- Perde aquele que cair no chão e ficar indefeso. - Resolvi propor.


- Okay. - Caty respondeu, concordando com a proposta


Logo ela saltou em minha direção com a lança apontada para mim, me desviei e contra-ataquei, movimentando o sabre por trás dela, porém ela se defendeu e logo me desferiu um chute.


- Nunca imaginei um dia você me batendo de tal forma. - Comentei ao me recompor.


Caty deu uma leve risada e respondeu:


- Nem eu....


Transformei meu sabre de volta á sua forma original.


- Me mostre o que você sabe.... - Ela me provocou.


Mas antes que a batalha pudesse prosseguir, Luchi gritou:


- Agora deixe que eu luto com ele.


Luchi se posicionou á minha frente segurando sua glaive. Parecia estar bem, seus olhos estavam tão firmes quanto seu corpo.


- Tem certeza que consegue lutar maninho ?. - Perguntei, um pouco preocupado com a saude dele.


- Não se preocupre, já estou bem....Minhas feridas se fecham rapido.

Luchi empunhou sua glaive, apontando-a para mim

- Vamos treinar um pouco maninho. - Ele disse.

- Como quiser... - Respondi, empunhando meu cajado e transformando-o numa foice.

Ficamos em silêncio encarando um ao outro, esperando o primeiro movimento. O vento estava leve, mas dava pra senti-lo passar pelo meu casaco. Logo percebia o próximo movimento de Luchi, ele irá saltar...e tentar me atacar, sabendo que vou virar para o lado e irá me atacar novamente sem parar....Ele me treinou, ele sabe meus movimentos....Então...Acho que é hora de surpreende-lo.

Tal como previa, Luchi saltou em minha direção com a glaive para cima. Ele provavelmente espera que eu fique parado e depois vire para o lado esquerdo....Pois farei exatamente o contrário: Saltei em direção a ele, com a minha foice empunhada á minha frente, as lâminas colidiram no ar e começamos á atacar e defender-se dos golpes um do outro enquanto desciamos no ar. Ao chegarmos ao solo, tentei me afastar mas Luchi avançou em minha direção me desferindo mais um ataque, do qual desviei por um triz.

- Muito bem, aprendeu á fazer movimentos inesperados quando seu oponente ja conhece sua forma de lutar....Porém, não foi capaz de faze-lo duas vezes.... - Luchi comentou, olhando firmemente para mim.

Simplesmente me calei e esperei que ele desferisse o próximo ataque. Luchi empunhou a glaive novamente e disse:

- Você se mantêm demais na defensiva brotha, você tem de saber quando deve atacar e quando deve se defender.

Logo ele correu em minha direção. Continuei parado, observando Luchi se aproximar, quando ele chegou perto suficiente, tentei ataca-lo, mas sua glaive ja havia atingido meu ombro, dei um salto para trás, mas Luchi continuava á avançar. Me defendia dos golpes de forma sufocante, o que ele realmente estava querendo me ensinar dessa vez.....Acho que era como lidar com inimigos realmente rapidos...

Logo fui atingido novamente pela glaive, dessa vez na perna. Cai no chão e logo Luchi iria me atingir por cima, mas dei um katar em sua perna e logo outro em seu rosto. Luchi perdeu o equilibro, nesse momento lhe dei um chute diagonal, que o fez cair no chão.

- Muito bem. - Ele disse enquanto se levantava.

- Luchi, Ht. - Pedro disse em vóz alta, apontando para a floresta, onde podiamos ver uma grande fumaceira saindo de algum lugar após a floresta.

Thomas se virou e disse, também em vóz alta.

- Vamos até lá.


Pegamos nossas coisas (que na verdade não passavam de casacos, sobretudos e nossas armas) e fomos até dentro da floresta, seguindo a grande fumaceira. Apesar do treino e do golpe que havia tomado á pouco tempo, Luchi estava muito bem, nem parecia ter sofrido um golpe tão mortal há tão pouco tempo. Me pergunto se isso é só fingimento da parte dele.

Chegando próximo ao local, comecei a sentir um cheiro....Um cheiro que era familiar....

- Estão sentindo cheiro de queimado ?. - Luchi comentou.

- Luchi....esse cheiro... - Comecei a falar.

- Carne humana queimada. - Luchi me interrompeu, completando meu pensamento.

Eu e Luchi já haviamos sentido esse cheiro antes, um pouco antes de chegarmos na igreja onde passamos a noite há alguns dias atrás, passamos por um bairro do qual todos os humanos haviam sido dizimados, queimados....Acho que é exatamente o que está acontecendo. Comecamos á correr e quanto mais próximo ficavamos do local, começavamos á ouvir gritos agonizantes, que ficavam mais altos á cada passo que davamos. O calor também aumentava, a temperatura que era

Ao finalmente pararmos e vermos o que estava acontecendo, nos deparamos com a cena mais horrenda que ja vi: humanos, em carne viva, correndo em pânico com seus corpos queimando, ouviamos seus gritos de dor e desespero aumentando á cada milésimo. Era algo realmente chocante pra qualquer pessoa....Por alguns momentos, eu não conseguia dizer nada, só observar...

- Malditos... - Thomas comentou, logo depois correndo até a cidade para achar o causador disso. Todos o seguiram, enquanto Caty estava paralisada, aterrorizada com uma cena que jamais pensava que iria ver em algum lugar que não fossem em filmes de terror. Dei meia volta e coloquei minha mão no ombro dela.

- Eu sei como você se sente....Mas se realmente queremos dar á essas pessoas algo...É o direito de descansarem em paz. - Eu disse, tentando acalma-la, enquanto ela permanecia em silêncio, sua alma não parecia estar lá...Parecia ter se esvaido ao ver aquilo. Logo apoiei minha outra mão em seu ombro e disse:

- Caty, não temos tempo á perder, vamos...!.

Logo ouvimos uma explosão vinda do local onde todos estavam, Caty correu, em silêncio, até o local. Eu a segui e vi Pedro, Thomas, Gabi e Luchi lutando contra um tipo de humano cujo no lugar das pernas, portava uma cauda gigantesca, havia uma aureola que emitia um brilho azul cristalino, continha asas e estava lutando apenas com suas mãos e cauda. De seus olhos, emanavam fogo, o seu olhar foi o que causou toda essa destruição.

- Finalmente chegaram reforços. - Kurenai comentou, desviando dos golpes da criatura.

- Mas chegaram um pouco tarde!. - Thomas replicou, enquanto arrancava a cabeça da criatura com sua montante. Logo saia chamas do corpo da monstruosidade, e após isso, ele desapareceu, virando cinzas. Todos se reuniram, não ouviamos mais os gritos de desespero das pessoas. Caty olhou para os lados, procurou pessoas mas não viu nada. Thomas olhou para todos e disse:

- Vamos voltar...!.

Caminhamos até o local onde as pessoas estavam e nos deparamos com seus cadaveres queimados. Todos ficaram em silêncio por alguns segundos, os olhos de Gabi estavam cheios de lágrimas, mas ela parecia não querer solta-las. Logo ela se levantou e disse:

- Nós temos de acabar com isso!, não podemos mais deixar as pessoas sofrerem e morrerem dessa forma, temos de eliminar logo tudo isso!.

- Se acalme...- Eu respondi.

- Você não é afetado por essas coisas!?, acha isso normal!?. - Ela retrucou.

- Apenas estou dizendo que ficar com raiva não adiantará nada...Temos de dar um fim nisso, mas a raiva não ajudará em nada, então, pelo seu bem: acalme-se. - Trepliquei.

Gabi desabou no chão, olhando um dos cadaveres e logo começou á chorar. Luchi correu para consola-la. Ao abraça-la, ele me encarou com um olhar um pouco raivoso. Virei o rosto e começei á caminhar, procurando saber onde estávamos.

- Ei, pessoal, acho que descobri onde estamos. - Kurenai disse apontando para uma placa, ao nos aproximarmos da placa vimos que estava escrito: ''Maracanã''.

- Nossa, estamos num ponto turistico!. - Thomas comentou com um certo sarcásmo.

Caty se virou para Thomas e disse:

- Sei como chegar ao Redentor daqui....Vamos.

Fomos caminhando durante cerca de três horas, com direito á alguns descansos e retaliação de anjos no caminho, até que logo estávamos lá: Em frente á escadaria do Cristo Redentor. Olhavamos para o local, percebi uma aura emanando do cristo.

- Não há mais volta agora. - Thomas, ao meu lado, comentou. Luchi olhou para todos nós, e disse:

- Se tem alguem aqui que não aguenta mais tudo isso, vá embora agora, pois daqui adiante, as coisas realmente ficarão mais feias.

Todos nós ficamos em silêncio, logo Caty deu um passo á frente.

- Desculpem mas....Depois do que vi, vejo que minha missão é aqui, na cidade...Meu dever é proteger os outros...Irei para o esconderijo que há á trinta minutos daqui, protegerei as pessoas de lá. - Ela disse.

Todos á olharam, Gabi a abraçou.

- Se cuida.... - Gabi disse.

- Você também. - Caty respondeu. Caty a largou e me abraçou (um abraço....coisa que não sentia á um bom tempo...)

- Vou sentir falta de vocês. - Ela disse.

- Relaxa...Vamos nos ver após isso acabar. - Respondi.

- Por quê tudo você diz ''relaxa'' ?. - Ela questionou.

- Seilá. - Respondi, e comecei a rir levemente.

Logo ela foi em direção á Luchi, o abraçou e disse:

- Toma conta de todo mundo.

- Eu pareço uma babá por acaso?. - Luchi respondeu e logo começou a rir. Caty riu e soltou sua mão, acenou para Thomas e Kurenai e foi embora em direção ao esconderijo ao leste.

- SE CUIDA!. - Gritei. Ela acenou, fazendo um sinal positivo com a mão.

Luchi se virou para o portão, Thomas ficou ao seu lado. Logo anjos começaram a voar pelo local, lançando flechas em nossa direção. Empunhamos nossas armas e demos as costas uns para os outros, desviando das flechas logo depois.

- Todos estão prontos para o showtime ?. - Thomas perguntou.

- Sempre... - Respondi.

- Showtime!!!. - Luchi disse em vóz alta.

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