quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Chapter VIII - Labirinto


O corredor não parecia ter fim, já estavamos caminhando a pelo menos trinta minutos e não viamos um sinal de fim naquele corredor. Pedro caminhava na frente, Luchi e Gabi estavam do meu lado esquerdo e Thomas estava um pouco atrás de Pedro. O silêncio permanecia exatamente igual á escuridão do local, só se era possivel ver todos porque estavam por perto.




- Pessoal.... - Luchi disse, logo parando de caminhar. Olhei para trás e disse:




- Há alguma coisa vindo em nossa direção...




Thomas logo empunhou sua montante, Pedro pôs a mão na bainha de sua katana. Gabi se manteve intacta, apenas pondo suas mãos nos punhais que porta.




- Vem da direita.... - Pedro disse calmamente, olhando para a direita.




Logo estavamos todos em silêncio e ouviamos alguma coisa que parecia rastejar rapidamente....Algo que provavelmente tinha um porte grande...Rastejava mais perto a cada segundo.




- Está chegando... - Eu disse, materializando uma foice.




Pedro logo levantou um pouco de sua katana da bainha e disse:




- Três....Dois....Um...AGORA!.




A parede se quebrou e uma iluminação vinha do que a quebrou. A criatura avançou em nossa direção frenéticamente, mas já estavamos com nossas armas em frente á ele, nos defendendo do seu avanço cruel. O calor perto dele era de pelo menos quarenta graus. Logo Thomas encravou sua montante no rosto da criatura e o jogou para o outro lado, cerca de uns trinta metros longe de nós. Era uma criatura gigantesca, seu corpo era comprido, não tinha pernas, ou seja, se locomovia rastejando, seu corpo era coberto por lâminas douradas , seu rosto era um enorme olho vermelho cercado por lâminas viradas para frente.


- Um avernal.... - Comentei.


Logo a criatura avançou em nossa direção. Saltamos, Thomas logo colidiu sua montante contra a criatura e começou á desviar de seus golpes, estendi minha mão em direção á criatura, me preparando para extirpar a alma dela. A aura de luz já estava em volta da criatura e Thomas estava afastado o suficiente para não ser atingido pelo golpe.


- HT, NÃO!!!. - Pedro gritou. Mas eu já havia estalado meus dedos e a alma da criatura já estava sendo eliminada. Seu corpo começou á se decompor e logo uma grande tempestade de chamas, que saía do corpo do avernal, se alastrou pelos corredores.


- Thomas!, Gabi! - Luchi disse em vóz alta.


Thomas havia sido engolido pelas chamas juntamente com Gabi. Logo as chamas passaram e ambos estavam á salvo por um escudo espiritual criado pela Gabi. Descemos até o chão.


- Vocês estão bem ? . - Luchi perguntou.

Thomas e Gabi se levantaram, Gabi disparava seu olhar em minha direção, enquanto isso, respondeu:

- Sim, estamos...Mas o que era aquilo ?.

Pedro, olhando para o rompimento que o avernal causou respondeu:

- Era um avernal, veja-o como uma lacraia gigante com lâminas e organismos compostos de chamas....São seres inflaveis que explodem ao morrer.

- O HT, ao ve-lo disse ''um avernal''...Então você sabia disso, HT ?. Sabia que ele explodia ao morrer ?. - Gabi, olhando fixamente para mim, questionou.

Logo retribui o olhar e respondi:

- Sim, mas uma vez que você toca a alma de um ser vivo para extirpa-la, não há como voltar atrás.

Luchi, observando a discussão com um ar de tensão, respirou fundo e disse:

- Devemos seguir em frente. Gabi, se acalme, o HT não fez isso intencionalmente. HT, procure controlar mais o tempo que você demora pra extirpar a alma de um ser vivo, podemos não ter a mesma sorte no próximo avernal.

- Como quiser... - Respondi.

- Por aqui. - Pedro disse, caminhando através do rompimento.

Seguimos pela trilha criada pelo avernal, ainda estava escuro, a temperatura estava mais alta por causa das chamas, beirando uns 43ºC. Todos estavam com suas armas em mãos, não sabiamos se havia outros avernais no local. Repentinamente, tudo começou á tremer, o solo começava á se romper e as paredes estavam desaparecendo...Logo o solo rompeu e caimos, na queda, percebia que estavamos caindo no desconhecido, se houvessem lâminas abaixo, estariamos mortos, mas, subitamente, tudo ao meu redor ficou azul, eu conseguia enxergar o sol e logo cai....na areia.

Me levantei, olhei ao meu redor, a escuridão havia sumido, estavamos agora em meio á um grande deserto...

- Seja o que for isso, não estou gostando nada nada... - Luchi, ao meu lado, comentou.

- E agora, o que fazemos ?. - Perguntei.

Thomas levantou sua montante e a apontou para o Sol, dizendo:

- Simples, vamos seguir em direção ao sol.

Luchi se virou para ele e perguntou:

- Por quê deveriamos fazer isso ?.

- Pois é a unica forma de seguirmos em linha reta sem nos perdermos e ficarmos andando em circulos. - Thomas respondeu.

- Então, vamos. - Eu disse, caminhando em direção ao Sol.

- Espere HT!. - Pedro disse rapidamente.

Logo me virei e perguntei:

- O que foi ?.

- Temos de ir todos juntos, bem proximos uns dos outros, senão um de nós pode se perder e, ao que parece, se perder nesse deserto não é uma boa ideia... - Ele respondeu, com uma vóz analítica e calma.

Começamos á caminhar, o calor estava escaldante, logo tirei meu casaco e o segurei na mão. Todos já haviam tirado seus agasalhos, o vento soprava forte e...

- Ai!.

Gabi havia tropeçado e caido.
Luchi logo se abaixou e a ajudou á se levantar, perguntando:

- Está tudo bem ?.

- Sim. - Gabi respondeu.

Thomas olhou para o chão e disse, apontando para o chão:

- O que é isso ?.

Ao olhar para o chão, vi um tipo de esfera vermelha, de tamanho equivalente á minha mão. Luchi se abaixou, olhando o objeto.

- Sei lá, mas é estranho ter uma pedra gigante vermelha no meio de um deserto.

Logo Luchi encostou na pedra, que emitiu uma onda de choque e o jogou á cerca de três metros de distância. A pedra começava á emitir um brilho forte e logo a areia parecia se locomover em direção á ela, a areia começava á se acumular, criando um enorme monte que logo ganhou uma forma parecida com a parte superior de um humano de porte grande e muito forte.

- É.....Fodeu!. - Luchi gritou em vóz alta, empunhando sua glaive e saltando em direção á cabeça da criatura rapidamente, atingindo-o com um golpe certeiro. Mas a cabeça se recompôs na mesma hora, logo desferindo um soco em Luchi, que voou bem longe com o impacto.

Logo apareceram mãos de areia segurando meus pés, mas ao chuta-las, elas se desfaziam. Parece que agora todo o deserto é uma criatura...Quando olhei novamente ao meu redor, Pedro, Thomas e Luchi estavam presos por enormes mãos de areia que parecia se solidificar.

- HT, a pedra!. - Pedro gritou antes que seu rosto fosse coberto pela areia.

Logo dei um salto, entendi o que Kurenai quis me dizer...A pedra é o que está causando isso, então devo destrui-la antes que eles sejam sufocados pela areia. Transformei meu cetro em um sabre e usei o teletransporte para o mais proximo da pedra e tentei atingi-la, mas um punho de areia apareceu na minha frente, me empurrando para o solo, onde logo a areia começou á me cercar...Me prendendo em areia solida.

Ao abrir meus olhos, vi uma luz ofuscante em frente ao corpo do deserto. Ao olhar com mais atenção, percebi que eram asas, e que quem estava no ar era Gabi.

- What the... - Eu falei, sem palavras suficientes para definir o que via.

Gabi logo lançou um tipo de lança de luz em direção á pedra, atingindo-a certeiramente. Logo uma enorme tempestade de areia começou,a visão ficava mais ofuscada e tudo que eu podia fazer era fechar os olhos para não entrar areia em meus olhos, principalmente por eu estar caido no chão. Ouvia o vento soprando extremamente forte e a areia passando pelos meus meus braços e rosto...E, por um momento, parecia estar sendo soterrado e do nada....

Silêncio....

Ao abrir meus olhos, eu estava em um local limpo, parecia o salão do castelo, virei minha cabeça para a esquerda e vi o grande portão pelo qual entramos, logo deduzi, estava no castelo novamente. Percebi estar agasalhado e ao levantar meu braço, vi que estava com meu sobretudo e que meu cajado estava na minha outra mão, me levantei, olhei ao meu redor: não havia ninguem no grande salão além de mim. Porém, um portão no centro da sala estava aberto....

Caminhei em direção á ele, meu corpo estava um pouco cansado, e tudo que estava acontecendo parecia cada vez mais confuso. Definitivamente, esse lugar não é normal, parece que fui parar em um enorme jogo...Inumeros pensamentos estavam na minha cabeça enquanto eu caminhava pelo corredor que parecia infinito...Me perguntava onde eu realmente estava... E, principalmente, se eu não estava sendo uma marionete dos reis magos nesse castelo....

Logo avistei uma porta e continuei caminhando até ela...Ao abri-la, percebi que Luchi, Gabi, Thomas e Pedro também abriram outros portões que levavam á mesma sala ao mesmo tempo.

- Como assim!?. - Gabi se perguntou.

- Isso sim foi algo estranho. - Comentei, olhando pasmo para os lados.

Tochas começaram á se acender sozinhas, e mais adiante, havia um grande portão.

- Vamos. - Luchi disse, com um tom de vóz seco, parecendo estar impaciente com as situações que estamos passando.

Seguimos até o portão, mas antes que entrassemos, comecei á sentir um cheiro forte de sangue que vinha do outro lado da porta.

- Pessoal... Esperem. - Eu disse.

- O que foi HT ?. - Pedro perguntou.

- Antes de abrirmos esse portão, quero deixar claro, estejam prontos pra ver qualquer tipo de horror ai dentro... - Respondi.

Gabi olhou para mim e perguntou:

- Por quê diz isso ?.

- Porque há um cheiro forte de sangue e carnificina do outro lado... - Luchi respondeu.

- Estão realmente prontos para ver qualquer coisa ?. - Perguntei.

O silêncio permaneceu por um tempo, porém, Thomas se voltou para a porta e disse:

- Não temos tempo para isso.

Thomas abriu a porta. Do outro lado dela, havia homens ensanguentados e crucificados, com seus corpos em carne viva, gritando desesperadamente de dor...Suas cruzes cobertas por espinhos, fazendo com que seu sangue respingasse pelo solo. Olhavamos aquilo em choque, foi a cena mais horrenda que já vi em toda a minha vida...Seus grtos ecoavam pelo salão, eu observava que até o Thomas, que parece ser tão valente, estava em choque com a cena. Gabi fechou seus olhos e tampou seus ouvidos, horrorizada com a cena, enquanto Luchi e Pedro olhavam para o local procurando entender o que era aquilo....Haviam pelo menos vinte homens crucificados, e eles pareciam estar lá á um bom tempo. O cheiro de sangue estava muito mais forte...

Fechei meus olhos e estendi os braços, dei alguns passos para frente enquanto preparava o fim do sofrimento das almas deles...Afinal, um homem normal já estaria morto naquelas circunstâncias...Então...

- Chega... - Eu disse, ao abrir meus olhos e estalar os dedos. Extirpando a alma de todos os homens de uma vez só. Começei á caminhar até o proximo portão, sem olhar para os lados. Ao chegar perto do portão, vejo uma flecha de luz ser lançada ao meu lado.

- Chega!!. - Gabi disse em vóz alta.


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